quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Trabalhos do NAJA no IV Seminário de Direito, Pesquisa e Movimentos Sociais





















Confira os trabalhos apresentados pelo Núcleo de Assessoria Jurídica Alternativa (NAJA) da UESB, entre os dias 16 e 20 de setembro de 2014 na Universidade Federal do Paraná (UFPR), durante o IV Seminário de Direito, Pesquisa e Movimentos Sociais. 

Confira a íntegra dos anais, aqui: Anais IPDMS 2014

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Etapa Prática do Curso Democratização do Acesso à Justiça





















Entre os dias 06 a 07 de novembro realizamos a parte teórica do Curso Democratização do Acesso à Justiça (matéria da TV UESB). E a parte prática do Curso será em parceria com o Programa de Educação em Direitos Humanos PEDH - Uesb. No próximo dia 29/11/2014 será realizado o 1º Festival de Direitos Humanos no distrito de José Gonçalves – Vitória da Conquista/BA.

Com o slogan "Festival de Direitos humanos: venha fazer parte dessa festa" as atividades se iniciam às 14h na Escola Municipal Moisés Meira, onde ocorrerão palestras, oficinas e oferta de serviços de saúde, sociais e jurídicos à comunidade. À noitinha serão realizadas atividades culturais na Praça do Distrito, com atrações teatrais e musicais. O público infantil, adolescente, jovem, adulto e idoso de toda a região está convidado a aderir às atividades.

Essa iniciativa culmina com a formatura da 1ª turma de Educadores Populares em Direitos Humanos do PEDH,onde os cursistas colocarão em prática os conhecimentos aprendidos. Atividades semelhantes aconteceram em Itapetinga, no dia 23 de novembro, no Conjunto Habitacional José Ivo e o próximo será em Jequié, no dia 5 de dezembro, na Praça da Bandeira.

Mais informações no site do PEDH, pela página do facebook, pelo e-mail pedh@uesb.edu.br ou pelos telefones (77) 9137 2028 e  (77) 8805 1313.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Dia Internacional da Não-Violência contra a Mulher











Hoje, 25 de Novembro, Dia Internacional da Não-Violência contra a Mulher. Queremos manifestar nossa inconformidade com a hipocrisia e a naturalização da violência contra a mulher. Não podemos cometer o erro da omissão e deixarmos de nos manifestar em momentos como esse, pois o silêncio contribui para a banalização da maldade.

Queremos reafirmar nossa luta por uma sociedade igualitária, na qual mulheres e homens, enquanto seres humanos que são, convivam em uma cultura de paz, com direito a viver livremente sua sexualidade, a decidir sobre o próprio corpo e total liberdade para buscar a felicidade. 

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

1° Festival de Direitos Humanos do PEDH










O Programa de Educação em Direitos Humanos (PEDH), vinculado ao Centro de Referência em Direitos Humanos (CRDH/SDH) finaliza suas atividades com o 1° Festival de Direitos Humanos do PEDH. Os coordenadores, monitores, cursistas e convidados do Programa promoverão palestras, oficinas e serviços de saúde e jurídicos nas cidades de Itapetinga, Jequié e Vitória da Conquista.
Em Itapetinga, as atividades acontecerão no dia 23 de novembro, a partir das 8 horas no Conjunto Habitacional José Ivo. Já em Vitória da Conquista, as ações ocorrerão no dia 29 de novembro, das 14 às 20 horas, no distrito de José Gonçalves, zona rural. Finalizando sua programação, o 1° Festival do PEDH se realizará na cidade de Jequié, no dia 5 de dezembro, a partir das 8 às 14 horas, na Praça da Bandeira.
A iniciativa, que tem como slogan “Festival de Direitos Humanos: venha fazer parte dessa festa”, convida o público infantil, adolescente, jovem, adulto e idoso a aderir às atividades. Seus principais objetivos são proporcionar aos cursistas a oportunidade de aplicação dos conhecimentos aprendidos e levar às localidades discussões sobre a temática de Direitos Humanos, a fim de sensibilizar os moradores da região a perceber possíveis violações contra seus direitos, ajudando-os a se mobilizar.
O Programa se constitui em uma das ações promovidas pelo CRDH/SDH e foi executado nos três campi durante os meses de abril a novembro de 2014. Seu objetivo foi capacitar em Educação em Direitos Humanos agentes dos territórios de identidades dos municípios de Vitória da Conquista, Itapetinga e Jequié para que estes possam atuar como multiplicadores e defensores da cultura dos Direitos Humanos.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Curso de Formação para Educadores do MST




















Entre os dias 21 e 23 de novembro, será realizado o Curso de Formação Continuada para Educadores da Reforma Agrária na perspectiva da educação no campo, no Assentamento Cangussu, em Vitória da Conquista. A ação é uma realização da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), por meio do Departamento de Ciências da Educação (DCIE), Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), em parceria com a Uesb, através do Programa de Educação em Direitos Humanos (Pedh) e do Núcleo de Assessoria Jurídica Alternativa (Naja).


O curso, que tem como público alvo aproximadamente 100 professores que ministram aulas em assentamentos e acampamentos, irá abordar temas como "Os sistemas de Governos"; "Marxismo e Educação"; "Movimentos Sociais e educação do campo" e "A Pedagogia do MST". A atividade será coordenada pela professora Arlete Ramos, da Uesc, que também é idealizadora da iniciativa.

O curso começa na sexta-feira, às 08 da manhã e vai até o domingo. Acontecerá no CSU, que fica na URBIS II. Inscrição no valor de 30 reais relativos à alimentação, reprodução de material gráfico e uma camisa do curso. Interessados mandar até quarta feira um e-mail para ronnybaiano84@yahoo.com.br.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Curso Democratização do Acesso à Justiça
















O Curso Democratização do Acesso à Justiça consiste no desenvolvimento de atividades teóricas e práticas. A proposta envolve a produção de conhecimento teórico crítico, a partir da análise de elementos do direito achado na rua, do pluralismo jurídico e do multiculturalismo, bem como a inserção de tais saberes em ações práticas que viabilizem o acesso à justiça, com participação da comunidade acadêmica e de membros de grupos sociais.

O Curso Democratização do Acesso à Justiça, realizado pelo Núcleo de Assessoria Jurídica Alternativa da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (NAJA-UESB), com o apoio da PROEX e do IPDMS, teve sua parte teórica realizada nos dias 06 e 07 de novembro de 2014, no auditório I do módulo Luizão na UESB, a programação do evento contou com mesas, oficinas e minicursos que discutiram várias temáticas relacionadas à democratização do acesso à justiça.

A etapa prática do curso acontecerá no dia 29 de novembro de 2014, durante o Festival de Direitos Humanos realizado pelo Programa de Educação em Direitos Humanos (PEDH) da UESB, em José Gonçalves distrito de Vitória da Conquista. Em breve publicaremos maiores informações.

15 anos de Direito UESB: V Semana Jurídica da UESB




















O Núcleo de Assessoria Jurídica Alternativa (NAJA) com o apoio do Colegiado de Direito e da PROEX, promoveu, entre os dias 13 a 16 de maio de 2014, a V Semana Jurídica da Uesb. Com o tema (Des)envolvimentos e Crises na Contemporaneidade, o evento acontece em comemoração aos 15 anos da implantação do curso de Direito na instituição, com o intuito de aprofundar o diálogo entre diversos atores, grupos, instituições e movimentos do cenário jurídico contemporâneo. A crise e os limites da democracia representativa, o Direito e as Garantias Fundamentais na atual conjuntura brasileira e a efetividade do Direito estão entre as pautas de discussão.

15 anos de Direito UESB: Aula Magna com o Prof° Lênio Streck



Em 1999 se formava na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) a primeira turma de Direito da instituição. Neste mesmo ano, as primeiras turmas criaram o Centro Acadêmico Ruy Medeiros (CARM), inaugurando aquilo que seria a marca registrada do curso: o protagonismo estudantil. Essa entidade, cujo nome homenageia o professor universitário e preso político durante o regime ditatorial, instrumento de representação e participação estudantil, completa neste ano seu décimo quinto aniversário. Inaugurando este ano comemorativo, a Gestão Além do Que Se Vê do Centro Acadêmico Ruy Medeiros em parceria com o Núcleo de Assessoria Jurídica Alternativa da UESB (NAJA-UESB) realizou no dia 26 de março de 2014 uma palestra no Teatro Glauber Rocha, campus Vitória da Conquista, que contou com a presença do Prof° Lênio Streck e seu orientando, Daniel Ortiz, aluno egresso da UESB.

II Seminário de Direito Crítico da UESB




Nos dias 30 e 31 de outubro de 2013 foi realizado no Teatro Glauber Rocha, campus de Vitória da Conquista, o 2° Seminário de Direito Crítico. O evento teve como tema “Direito à cidade e a Cidade do Direito”, e foi organizado pela gestão Além do Que Se Vê do Centro Acadêmico Ruy Medeiros (CARM), em parceira com a Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (PROEX) e o Núcleo. de Assessoria Jurídica Alternativa da UESB (NAJA-UESB). A programação do Seminário contou com oficinas e palestras, em que participaram estudantes e profissionais da área, integrantes de movimentos socias e a comunidade externa em geral

XXVI Encontro Regional dos Estudantes de Direito


















Visando à prática de um ensino jurídico mais crítico que levem os alunos à proximidade com a realidade social, a Uesb sediou, de 30 de maio a 2 de junho de 2013, a 26ª edição do Encontro Regional dos Estudantes de Direito (Ered). Fruto de uma construção conjunta de coletivos, estudantes, Centros e Diretórios Acadêmicos, o evento reuniu participantes da Bahia, Sergipe e Alagoas, a fim de discutir Direito e o Mundo do Trabalho. O evento foi realizado pela gestão Além do Que Se Vê do Centro Acadêmico Ruy Medeiros (CARM) em parceria com o Núcleo de Assessoria Jurídica Alternativa da UESB (NAJA-UESB). 

I Seminário de Direito e Gênero da UESB






















Entre os dias 29 e 30 de outubro de 2012 ocorreu, no Auditório do Cemae, em Vitória da Conquista, o 1º Seminário de Direito e Gênero da Uesb. O evento, realizado pela gestão A Luta é o Tempero do Meu Samba do Centro Acadêmico Ruy Medeiros (CARM) e pelo Núcleo de Assessoria Jurídica Alternativa (NAJA), com apoio da Pró-Reitoria de Extensão da Uesb (PROEX) e do Coletivo Feminista Tietas do Agreste. o I Seminário de Direito e Gênero contou com participação de diversos pesquisadores e profissionais da área de Direito, e militantes de movimentos feministas. A programação tratava de vários eixos temáticos de discussão: Violência sexista, Lei Maria da Penha, Feminismo e mundo do trabalho, Criminologia feminista, História da luta das mulheres, Direitos Homoafetivos, entre outros. 

I Seminário de Direito Crítico da UESB





















Nos dias 14 e 15 de dezembro de 2011 aconteceu no Teatro Glauber Rocha, campus de Vitória da Conquista, o I Seminário de Direito Crítico da UESB, intitulado Direto & Avesso. O evento foi realizado a partir de uma parceria entre a gestão 11 de Agosto do Centro Acadêmico Ruy Medeiros (CARM), a Associação de Juízes para democracia (AJD) e o Núcleo de Assessoria Jurídica Alterativa da UESB (NAJA-UESB); com o apoio do projeto de extensão Temas Atuais do Direito. O evento teve como proposta central discutir a relação entre o Direito institucional e sua efetiva aplicação nas camadas mais populares, numa perspectiva democrática, a partir elementos advindos da militância estudantil, da práxis forense progressista e da extensão popular, que pouco são explorados nas salas de aula e em eventos científicos tradicionaisRetomando o pensamento dialético de Roberto Lyra Filho e da revista Direito & Avesso, partimos da perspectiva de que direito não é lei, mas sim movimento. Dessa forma, as temáticas foram abordadas de forma multidimensional, por profissionais de diversas áreas e ativistas dos movimentos sociais populares. Assim, priorizando o debate e a produção de um conhecimento novo, crítico e atrelado às demandas sociais nas terras de Glauber Rocha. Educação jurídica e formação profissional, vulnerabilidade social e união homoafetiva são alguns dos eixos discutidos durante o evento que contou a presença de estudantes, professores e profissionais da área, estudantes e professores de outras áreas, integrantes de movimentos sociais e a comunidade externa em geral.

Prece a nós, que somos jovens - Ana Lia Almeida











"Que o grito não se cale. 
Que a atitude não cesse.
Que a vontade não se esvaia.
Que a inocência não se perca
Que acreditemos sempre que é possível,
Mais ainda: que tornaremos viável. 
Que contagiemos cada vez um número maior de pessoas com nossa síndrome de inquietude.
Não abandonemos, suplico, os jovens inconformados que há em nós
Mesmo quando não mais formos jovens e, porventura, haja algum conforto em nossas vidas. 
Aos corações que se partem, tempo.
Aos desconhecidos, sorrisos. 
Às febres, mãe.
Às vitórias, brindes. 
Às derrotas, consolo.
Às injustiças, normas, às lacunas, bom-senso.
Aos inimigos, que não os haja, em os havendo, paciência. 
Aos amigos, a completude de nós. 
Ao amor... ah! 
Deixemos que nos exceda, que não entendamos como vivíamos antes dele tornar-se nosso conhecido.
Nós, que somos jovens, que vivamos constantemente como que diante de um grande acontecimento, ato heróico que é o simples existir.
Que sejamos imortais, pois já deixamos marcas fortes nos que nos circundam.
Nós, que somos jovens, que sigamos tentando salvar o mundo."

O NAJA





Esclarecidos esses pontos (ver "Crise no ensino jurídico", "Mas, afinal, o que é uma AJUP?", "O que é extensão universitária?" e "Da extensão universitária que temos à extensão universitária que queremos"), eis que falaremos melhor sobre a AJUP que construímos, o NAJA – Núcleo de Assessoria Jurídica Alternativa. Alternativa porque se propõe a uma prática que em muitos aspectos se contrapõe ao Direito tradicional. Buscamos construir uma prática no Direito que não veja a Lei com um fim em si mesma. Buscamos a formação de juristas que se coloque ao lado do povo, dos movimentos sociais e da sociedade organizada na luta por seus direitos e por um projeto de sociedade mais justo.

O Núcleo é voltado para uma prática jurídica sob a perspectiva popular, em que é sempre necessário se discutir o papel da educação e da universidade e a quem estas estão servindo. Uma prática jurídica não apenas baseada no manuseio e trato das leis, mas sim com um elemento extremamente importante, a ação política.

Propomos formas de luta que, contribuindo para a maior integração da/o estudante de Direito e para que visem a utilização desta ciência como instrumento de transformação social e participação em movimentos populares, posicionando-se sobre as conjunturas política e econômica da sociedade, a fim de que se alcance uma efetiva justiça social e expresse os interesses da maioria da população brasileira é por onde caminha nossas propostas. Pois, não tomar uma posição é o mesmo que aceitar a posição política existente.

Nossas demandas e atividades são muitas, dividas em alguns eixos, mas todos trabalhados na coletividade e na perspectiva da pesquisa-ação e da pesquisa-participante. Nos reunimos, faça chuva, faça sol, todas as segundas-feiras, às 14:00h e nas quartas-feiras às 17:00h. Nossas reuniões são abertas, ocorrendo - normalmente - na sala que fica ao lado do Salão do Júri, do Módulo II (Sala 11, Módulo II - Segundo andar)

Assim, sintam-se todas e todos convidadas a construir e compor esse grupo, a discutir nosso ensino jurídico, nosso modelo jurídico, modelo de vida e de sociedade. Sintam-se convidados e convidadas a pensar a respeito e a agir conosco!  

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Da extensão universitária que temos à extensão universitária que queremos
















Ao  tratarmos da extensão universitária, é importante superarmos o mito da neutralidade positivista e analisar o posicionamento político desses projetos de extensão. A nível geral podemos classificá-los, tendo como referencial sua prática pedagógica e marco teórico, em assistencialistas e emancipatórios. Falando mais especificamente das práticas jurídicas (universitárias ou não), faremos a caracterização em serviços legais tradicionais x serviços legais inovadores e em assistência jurídica x assessoria jurídica.


Vladimir de Carvalho Luz aponta que a prática assistencialista prioriza os interesses individuais dos assistidos através de uma orientação paternalista dos extensionistas, com um caráter quase que filantrópico - o indivíduo é encarado como um ser isolado, dissociado das contradições sociais e históricas do mundo em que vive. Além disso, não existe uma comunicação entre os saberes dos extensionistas e dos assistidos, mas sim, uma transmissão da teoria acadêmica para aquela realidade concreta, que tem suas particularidades e não segue a uma lógica ideal.


Já os projetos emancipatórios não buscam encontrar as soluções para o povo, mas sim com o povo: pois a  educação é comunicação, é diálogo, na medida em que não é a transferência de saber, mas um encontro de sujeitos interlocutores que buscam a significação dos significados. O estudante assim, confere ao seu conhecimento uma função social, colocando-se como um dentre os participantes de uma luta estrutural que beneficiará a toda uma comunidade. 



O que é extensão universitária?


"A Extensão Universitária é o processo educativo, cultural e científico que articula o Ensino e a Pesquisa de forma indissociável e viabiliza a relação transformadora entre Universidade e Sociedade.

A Extensão é uma via de mão-dupla, com trânsito assegurado à comunidade acadêmica, que encontrará, na sociedade, a oportunidade de elaboração da praxis de um conhecimento acadêmico. No retorno à Universidade, docentes e discentes trarão um aprendizado que, submetido à reflexão teórica, será acrescido àquele conhecimento. Esse fluxo, que estabelece a troca de saberes sistematizados, acadêmico e popular, terá como conseqüências a produção do conhecimento resultante do confronto com a realidade brasileira e regional, a democratização do conhecimento acadêmico e a participação efetiva da comunidade na atuação da Universidade. Além de instrumentalizadora deste processo dialético de teoria/prática, a Extensão é um trabalho interdisciplinar que favorece a visão integrada do social.” ( Fórum Nacional de Pró-Reitores, 1987).

Mas, afinal, o que é uma AJUP?











A Assessoria Jurídica Universitária Popular (AJUP) é um instrumento que combina a teoria do Direito Crítico e da Educação Popular. Diferencia-se da relação tradicional entre o saber e o fazer jurídico, inovando em relação ao método que desenvolve, aos sujeitos que constroem o projeto – e à noção de sujeito - e também à finalidade que visa cumprir. Surge como alternativa à cultura normativo-positivista vigente nos cursos de Direito eivada de um tecnicismo despolitizado. A vigência desse modelo dogmático implica, na prática, na inadequação entre o saber jurídico e a realidade atual, que é permeada de conflitos coletivos, mudanças aceleradas, emergência de novos direitos, novos sujeitos, novas demandas sociais e políticas, etc.

A assessoria jurídica trata-se, portanto, de uma prática insurgente, voltada à realização de ações de acesso à justiça, e também a ações embasadas nas concepções de educação popular, buscando a conscientização dos envolvidos no processo e sua emancipação social; é a busca coletiva de soluções, que vai para além dos marcos institucionais. Educação popular necessariamente se realiza por meio de processos contínuos e permanentes de formação, processos que possuem a intencionalidade de transformar a realidade a partir do protagonismo dos sujeitos, prezando sempre por sua autonomia.

A Ajup vai (e deve ir) além do marcos institucionais, mas se constitui dentro da universidade enquanto projeto de extensão, o que nos leva a mais uma outra pergunta... O que é extensão universitária?

Crise no ensino jurídico











Sabemos que com o advento e avanço do projeto neoliberal sobre a educação superior brasileira, os investimentos em Instituições de Ensino Superior Privadas movimentam um mercado milionário entre os empresários brasileiros e estrangeiros. A educação, que é direito da população (art. 205 da Constituição Federal), passou (mais fortemente) a ser encarada enquanto mercadoria, sendo negociado no Congresso Nacional pelos “Tubarões da Educação”, e impulsionando a proliferação de faculdades privadas pelo país.

Para visualizar isso basta ver que os maiores financiadores de pesquisas das universidades brasileiras são os grandes conglomerados multinacionais, para quem a qualidade é medida pela produtividade: quanto produz, em quanto tempo produz e qual o custo que produz. Não se questiona, por exemplo, o que se produz, como se produz, para que ou para quem se produz. Essas entidades acabam ainda, utilizando-se da infra-estrutura estatal das universidades públicas, e da mão de obra qualificada dos docentes, para criar produtos e tecnologias que não visam atender à população mais carente, mas sim, ao grande capital.

É nos marcos de uma Educação Superior orientada por um projeto neoliberal que se encontra também o ensino do Direito. A crise no ensino jurídico possui múltiplos fatores, dentre eles podemos assinalar o esgotamento dos paradigmas científicos da ciência do direito como um aspecto fundamental dessa crise. Ou seja, além da proliferação desmesurada dos cursos de Direito (expansão que obedece puramente a critérios mercadológicos), o modelo pedagógico que é levado a efeito nas faculdades de Direito se mostra como um aspecto determinante dessa crise. Esse modelo pedagógico tem o normativismo como único objeto da ciência jurídica, o raciocínio lógico-formal como sua única metodologia, o liberalismo como paradigma ideológico exclusivo e a mentalidade positivista como base do saber jurídico.

O ensino tecnicista atual privilegia como principal (e muitas vezes único) modo de ensino a aula magistral expositiva a partir da legislação. As disciplinas são organizadas a partir dos códigos e dos comentários a estes, tanto em relação ao conteúdo quanto ao método, recorrendo-se a exemplos práticos que mais se esforçam para adequar a realidade à teoria do que extrair da própria realidade o conhecimento. Isso implica que o bacharel em Direito pode conseguir entender a norma e em muitos casos aplicá-la, mas não consegue contextualizá-la, pois nunca estudou sua finalidade, o contexto em que foi criada, e os resultados que produz. Dessa última afirmação pode-se deduzir, outrossim, que em realidade o estudante, futuramente bacharel em Direito não compreende a norma, mas a assimila, absorve.

No entanto, é indispensável perceber que, não obstante o ensino tecnicista/normativista do Direito, a forma não é uma realidade própria isolada da realidade econômica, social e política. Assim, quando o estudante internaliza uma certa norma (já que dificilmente desenvolve um conteúdo crítico), ele está internalizando também uma ideologia em função da qual são produzidas as regras jurídicas. O ensino dessa relação de mecanização entre a lei e sua aplicação como se fosse um processo natural prescinde da compreensão da sociedade, da historia, da política.

Diante dessas questões, a analise da estrutura social, para que junto se encontre uma solução para o atual estado foi o denominador comum que se chegou, mas como desenvolver isso? Como pôr em prática um Direito virtual e atrelado a uma forte mecanização na vida de todos? O que pode ser feito para de fato aliar a teoria à prática? Mais que isso, como levar o direito à realidade que ele não alcança, mas que deveria primordialmente alcançar? Acreditamos que a Assessoria Jurídica Universitária Popular (AJUP) é uma alternativa.